A consciência do corpo não se refere apenas ao corpo físico que estamos “vestindo”, mas aos papéis que assumimos com o tempo; à nossa identificação com eles.
A consciência do corpo pode se manifestar por exemplo quando me identifico fortemente com algo que eu saiba fazer bem e ao pensar que receberei elogios e/ou que serei reconhecida por esses feitos.
Na verdade, eu sou a essência da vida. Sou a energia pura que é a fonte de pensamentos e de ações.
A fonte é sempre pura, sempre plena. Por isso, não há necessidade de que eu saiba que alguém viu ou gostou de algo que eu tenha feito.
Posso realizar muito estando em silêncio, de forma incógnita. É um movimento sutil… ninguém saberá de onde partiu.
A sensação boa de gerar esse movimento é tão preenchedora, que não haverá sentimento de que é necessário reconhecimento por ela.
Essa é uma das faces da consciência de ser uma alma. Consciência da alma é a percepção de quem sou eternamente… um ser estável e sempre puro. É mergulhar em direção ao centro, ao centro que é imutável, constante.
Já a consciência do corpo se refere ao que se agregou com o passar do tempo à essa essência, encobrindo-a.
Fomos aos poucos nos ocupando em preencher necessidades físicas, em tornar viáveis as aquisições de bens materiais, de status, de estudos… enfim, de tudo o que pudesse fortalecer essa “imagem” externa do quem eu sou.
Quando quero transparecer inteligência sobre determinado assunto, ocupo o tempo a estudá-lo e, para sustentar isso, necessito de uma fonte de renda financeira.
Estabeleço também relacionamentos com diversas pessoas e, para isso, é necessário manter uma certa apresentação visual. Assim, invisto mais tempo e recursos para cuidados com a aparência física, com roupas que se adequem a cada ocasião, carro, casa…
Outra necessidade é cuidar do lar, do ambiente familiar. Também preciso estarconectado às últimas notícias do mundo. Não posso deixar para trás o entretenimento…
E todas esses “preciso”, “desejo”, “necessito” parecem sugar minha energia.
Pare um pouquinho e reflita a respeito: o que realmente é necessário para mim?
Todo esse “mundo” só existe porque eu ainda acredito que seja necessário e importante mantê-lo. Tenho a falsa sensação de que são essas coisas que me preencherão e me farão feliz.
Mas, de fato, não é bem assim. Pois tão logo eu sinta que finalizei algumas coisas e que, agora sim, está tudo certo, posso ficar feliz e em paz… tão logo isso aconteça, nova necessidade surge. Ou então, ao parar, percebo que aquela felicidade e paz que eu pensei que ia conseguir, simplesmente não vêm.
Quer dizer que o caminho não é bem esse… Esse caminho é o do agregar, ou do esconder, ou seja, de trazer tudo para perto de si porque, na verdade, há medo em se mostrar verdadeiramente em sua pureza.
Há outro caminho, que é o da simplicidade. Neste caminho, afasto de mim aquilo que me esconde, que esconde a minha essência. Para seguir por este caminho, é necessário um misto de coragem e de amor próprio. Sem amor por quem eu sou de verdade, como sentirei que é este o caminho que devo seguir? A partir do amor próprio se desenvolve o poder da coragem, necessário para desbravar…
E o amor vem do conhecimento. Preciso me conhecer para me amar. E preciso me observar para me conhecer. Sem qualquer medo, sem qualquer culpa, sem negatividades.
Conhecer como me sinto, saber o que tenho feito, avaliar se está de acordo com o que tenho pensado…
É necessário ser seu próprio amigo, ser honesto em relação ao que se sente.
Você pode se posicionar como alguém que olha a si mesmo, mas de forma desapegada. Desapegado de laços familiares, de hábitos antigos, de papéis assumidos… Não oculte nada de si mesmo.
Seja amigo sincero de si mesmo, seja transparente. Se você for a um médico para tentar descobrir o que te causa dor, mas não disser nada a ele e se recusar a ser examinado, então, como ele poderá te ajudar? Seja honesto com você, sempre… afinal somente você sabe o que se passa interna e externamente em cada instante de sua vida.
A partir desse olhar de honestidade para consigo mesmo e com a percepção de que erros cometidos foram poeira que se agregou em volta do ponto essencial (o eu, a alma), com essa consciência é que você pode tomar a decisão de começar a limpeza, a remover essas impurezas.
Nós, na verdade, podemos mudar os nossos hábitos, as nossas ações para não cometer mais erros, mas… e quanto aos erros passados, que de vez em quando voltam à nossa memória, e nos fazem sentir culpa?
Não é nada útil pensar no que já foi feito, no que já passou. Pensar já se trata de uma ação. Ao usar o momento presente para remoer assuntos antigos, desperdiço tempo, energia… e nada muda.
Certos sentimentos – os negativos – devo entregar a Deus, e não guardá-los comigo. Pois não tenho o que fazer com eles. Deus sim, possui amor ilimitado por todos… o suficiente para dissolver seus pecados e para dar-nos muito amor para prosseguirmos de forma correta.
Assim como mantenho uma relação de honestidade comigo, posso manter uma relação honesta e ilimitada com Deus, meu Pai Supremo, o Benfeitor do Mundo. Posso estar em sua companhia passo a passo, através de uma conexão por pensamentos. Essa é a lembrança de meu Pai Espiritual, este é o Yoga que estabeleço com Ele e que me orienta em cada situação. Torne Deus próximo a você, relacionando-se com Ele da maneira que você mais sente necessidade: como seu Pai, ou sua Mãe, seu Irmão, seu Filho, Amigo, Professor, Guru…
Permita-se preencher deste Amor Ilimitado e seja sempre muito honesto consigo e com Ele.

























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