tudo existe, simplesmente
e eu interatuo com tudo
como um presente recebido
a origem é anterior a mim
não fui eu quem criou
eu recebo
utilizo
faço bom uso, bom aproveitamento,
com respeito.
há uma combinação de palavras
que muitas vezes utilizamos
mas que não faz qualquer sentido: “meu ex”
como algo que não mais existe
poderia pertencer a alguém?
assim também é com o passado
com a maneira com que costumava pensar e agir antes…
foi, não é mais a mesma.
então porque dizer “meu passado”?
foram apenas flashes, momentos que não são mais
para quê estocar certas lembranças?
mais lógico é soltar delas, dizer “tchau”
o que permanece em mim ao longo do tempo?
situações vem e vão, mas o que permanece?
o “eu”
há um único “eu” que nunca se perde, apenas fica escondido
poderia traduzí-lo por “ser”, ou por “consciência”
a pura e simples consciência
o sutil “pulsar” de vida, a chama que dá vida ao corpo
esse sou “eu”
e esse “eu” existe e é completo
independente de “meus”
quando pela primeira vez o “eu” disse “meu”
tomou para si o que sempre teve gratuito
e colocou preço, condições, limitações
quando o “eu” diz “meu”
é como se a alma se acorrentasse e aprisionasse a si mesma
em uma cela escura e pequena,
por estar enfeitiçada por uma miragem, um desejo…
Deixe um comentário