Estar aqui
Viver aqui
Por “aqui” quero dizer no corpo, no mundo, nas situações.
Perceber aos poucos que, se é aqui que estou, é aqui que devo atuar, agir.
E, se quero agir, e agir bem,
também é aqui que devo fazê-lo,
e não deixar para um outro momento, para um futuro de sonho
no qual tudo possa estar favorável…
Sabe, essa não é uma lição que eu tenha aprendido por completo.
Uma coisa é olhar e repetir a “aula”, digamos assim,
e outra coisa é realmente aprender a lição, a ponto de não mais errar,
de não mais falhar.
Se eu estou aqui é por algum motivo
Se eu ainda não descobri o motivo,
que pelo menos eu viva bem…
Se eu sei que tenho uma missão,
então que ela seja colocada em prática.
Ao longo desta vida (neste papel como a “personagem” Mariana),
diante de certas dificuldades (emocionais, em maior parte)
é como se eu visse uma grande muralha à minha frente
e me sentisse totalmente impedida de ultrapassá-la.
Isso me levou algumas vezes ao isolamento
e, em seguida, a um fundo de poço de tristeza.
Aos poucos é que fui buscando saídas
e muitas vezes acabei entrando em ruas sem saída…
seguia adiante por essas ruas, ainda sem saber,
seguia com esperança, ânimo e até mesmo uma certa felicidade,
até o momento em que me deparava novamente com um muro,
tendo de voltar tudo.
Quantas vezes isso acontece conosco?
Busquei por soluções que não me fizessem depender de ninguém,
em livros, em cursos… encontrei a meditação.
Achava que a meditação era uma maneira de me livrar daquilo tudo,
eu só queria esquecer das confusões, das incertezas, das dores e ir para…
um outro mundo… queria na verdade simplesmente desaparecer.
A meditação, no entanto, conforme fui compreendendo ao longo da prática e do estudo do Raja Yoga ensinado na Brahma Kumaris, é o processo de conduzir a mente, os pensamentos, as emoções, em direção ao autoprogresso, a criar uma visão das próprias qualidades e virtudes.
Então, meditação não é fuga,
mas total atenção e presença ao meu eu verdadeiro.
Se o mundo no qual eu vivo é este,
se recebi este corpo, este nome, esta família, estas situações
é então aqui mesmo que devo estar.
Mas o que muda o meu “estar” é a maneira como estou, a maneira como vivo, como me percebo…
Entender que sou espírito e, portanto, que vim de um lugar muito… espiritual, pacífico, um lugar de descanso, no qual eu era apenas um pontinho de energia puro, sem vícios e sem apego a uma auto-imagem…
Naquele mundo de paz eu era apenas… eu.
Chamam este lugar de Lar Espiritual, Morada Suprema (Paramdham), Nirvana, Brahmand…
É de lá que vim (viemos) e é para lá que voltarei (voltaremos)
A paz que hoje, neste mundo conturbado, eu busco experimentar,
é exatamente aquela paz, aquela liberação que eu experimentei no meu Lar Espiritual…
(darei continuidade a este texto e estes assuntos em breve, em outro post)

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