Um relacionamento verdadeiro

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Não é algo fácil manter-se saudável em um relacionamento.

Mas, o que é relacionar-se?

Pensei o seguinte, que é uma interação entre dois ou mais seres, ou, se analisarmos sob um ponto de vista mais profundo, ao nível da consciência, pode ser a interação entre o “eu” ciente de sua verdadeira personalidade (a alma, a espiritual e eterna) e o “eu” que se projeta em pensamentos, desejos e questões. Não é que existam dois “eus”, mas duas direções de consciência do ser, ou do “eu”… Alguns se referem a essa consciência elevada, espiritual, como o “eu maior”, por exemplo…

Focalizando neste nível mais profundo de relacionamento, que acontece na esfera da mente, mais do que na esfera expandida da fala e da ação, poderíamos relacioná-lo a um diálogo interno do eu comigo mesmo, avaliando pensamentos e situações e tomando as decisões julgadas mais corretas, por exemplo.

Outro tipo de relacionamento que pode haver nesta esfera da mente é com algo muito superior, muito mais elevado do que o “eu”. Um ser que eu consiga imaginar como sendo o mais perfeito, mais amplo e iluminado possível… e na forma de luz, ou seja, além da limitação da espécie humana…

Esse relacionamento estritamente espiritual e verdadeiro, uma vez que não haveria como esconder nada da Luz, me traz senso de amplitude, de que há respostas para coisas que eu não tenho capacidade, sozinho, de saber. Também me proporciona experiências e referências de como seriam os relacionamentos ideais, sem dependências ou vícios mascarados.

Simplesmente PENSAR EM alguém assim não me levaria ainda a um êxtase de autorrealização, pois PENSAR EM é como projetar uma imagem ou construir uma personalidade do outro a partir das minhas próprias referências limitadas.

Já RELACIONAR-SE COM é algo mais profundo, uma vez que não se trata apenas de uma construção da minha mente, ou de uma imaginação, mas de um “jogo”, de uma troca com o outro, que também terá sua própria maneira de pensar e de agir.

Relacionamentos dispendem de maior CUIDADO, ou ZÊLO , a fim de não machucar ao outro; necessita também de TEMPO, para fortalecer o vínculo positivo e a confiança; SILÊNCIO para escutar a si e ao outro; VONTADE, de descobrir mais sobre o outro… dentre outros fatores…

Em um relacionamento há ampla exposição do “eu” ao “outro”, seja das fragilidades adquiridas com base na consciência limitada, seja das competências desenvolvidas com base na consciência elevada (o “eu maior”). Equilibrar o “eu” com o “outro” é como participar de uma dança em conjunto, na qual ora se dá um passo para lá, ora para cá, um giro, um salto, de maneira a criar uma harmonia e uma sintonia nos movimentos de ambos como um todo. Assim seriam os relacionamentos ideais.

Manter um relacionamento de muita proximidade do “eu” com o “eu maior” e do “eu maior” com o Ser Supremo (Aquele que eu consigo imaginar como o mais perfeito, justo e benevolente) me transforma aos poucos em um ser de unidade interna, sem divisões entre consciência maior e menor. Pois este torna-se o relacionamento mais profundo… da troca mais espiritual que poderia haver entre espírito e Espírito…

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