recebi na semana passada um convite para ir à missa de sétimo dia do falecimento de uma senhora japonesa que conheci de uma maneira inusitada e especial há cerca de um ano.
pelo motivo de que o nosso primeiro encontro foi transformador, senti que devia ir.
em minha mente, ao dizer missa, logo pensei em uma igreja católica e em uma missa onde se leria a Bíblia.
fiquei muito feliz ao saber, a caminho, de carona com seus familiares, que a missa seria em um templo budista.
nunca havia entrado em um. há alguns anos li algumas coisas sobre o Budismo que me motivaram a ver a continuidade da vida, mesmo após a morte do corpo.
uma bonita, e simples, arquitetura oriental, com pequeno jardim, um grande sino…
quando chegamos, de carro, fomos muito bem recepcionados por uma moça e pelo monge que conduziria a cerimônia, ambos com semblante de respeito e serenidade…
algo que me trouxe tranquilidade foi o estado de cada um, bem, sem choro, sem demonstrar tristeza… estavam sendo preparados há algum tempo, pelas dificuldades físicas da senhora…
a cerimônia foi muito bonita, a sala muito adornada, com algumas esculturas de mestres antigos, púlpitos de madeira lapidados com muitos detalhes…
o monge recitou mantras guturais e melódicos, utilizando apenas a própria voz e as batidas em diferentes sinos.
podíamos acompanhar em um livrinho as sílabas que ele entoava e os significados… tão bonitos… muito se tratava sobre a promessa que o discípulo fazia durante sua iniciação religiosa, de querer compreender com clareza o que diziam as escrituras, salvar a si mesmo de desejos mundanos, e salvar a outros…
isso foi o que me lembrei… senti que foi um presente de Deus poder ter presenciado uma prática devocional feita, ainda hoje, com muita beleza e disciplina, onde jamais imaginaria haver…
Templo Budista Jodoshu Betsuin NIPPAKUJI de São Paulo
http://www.jodo.org/js_inter/temples_br01prt.html
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