Porque nem sempre sentimos o tempo passar da mesma forma?Às vezes nos parece que há pouco tempo para tantas atividades e às vezes parece haver tempo demais que não se sabe nem como preencher.
Em um mesmo momento, a percepção de tempo pode ser diferente para duas pessoas que estejam próximas.
Ultimamente o que mais ouvimos as pessoas dizerem é que lhes falta tempo para isso, para aquilo.. que a vida é uma correria…
O tempo de que todos nós dispomos é o mesmo, não?
A correria na qual nos encontramos está relacionada à nossa percepção da nossa capacidade de criar, produzir e interagir com tudo ao nosso redor. Devido a estarmos imersos em muita diversidade, nossos cinco sentidos são “puxados” para fora, para os movimentos, para os sons… e queremos responder a todos eles da mesma forma que eles chegam a nós, queremos nos adequar a este ritmo… mas… temos limites físicos que não nos permitem.
Ficamos oscilando entre a total excitação e ao seu outro extremo, a total paralisação, assim buscando o caminho do meio… mas não se pode chegar a um caminho do meio sem percorrê-lo, ou seja, se nossas escolhas são extremas… este será nosso caminho.
Chegamos a um ponto de esquecermos algumas bases de quem somos. Alguns de nós se esqueceram de que nosso corpo é fruto de um complexo sistema organizado que para bom funcionamento precisa interagir harmoniosamente com o ambiente externo, seja na alimentação, seja na respiração, na higiene, no bem-estar… Ao nos esquecermos disto, dissociamos nossa existência com relação à natureza física do mundo. Distorcemos, negligenciamos e perdemos o entendimento de que é importante, necessário e bom cuidarmos muito bem da natureza e também do nosso corpo e que ao cuidar de um também cuidamos do outro.
Outra coisa de que nos esquecemos é de nossa própria essência original. Este é um esquecimento ainda mais profundo, uma vez que não podemos ver ou tocar a nossa essência original… A essência original de cada um pode apenas ser sentida na forma de lembranças, ideias e associações mentais únicas e profundas.
Diria que perder a noção de minha própria essência original é me perder de mim mesmo, de minha identidade completa. Ao não me reconhecer em minha verdade, que reconhecimento posso querer que os outros façam de mim? Eles também não sabem.
Ao deixar que minha energia essencial se distribua por todo meu corpo, ela então se dilui, perde a concentração original. É como se uma semente simples e completa começasse a tomar a forma de uma árvore, repleta de raízes, galhos, folhas… Assim o que era compacto, completo e simples se torna então dividido, complexo, enorme.
O eu quando centrado e atento a si, assemelha-se a uma semente. Ao olhar para uma semente, os olhos mais superficiais podem não ser capazes de ver a mesma beleza da de uma árvore cheia de frutos, mas não se pode negar seu raro valor por agregar dentro de si o potencial desta árvore em que irá se tornar um dia, além da memória de sua geração anterior.
Em um movimento para dentro, em sentido ao eu, como uma semente, é possível conduzir a energia em direção à sua origem, restaurando-a. Assim, com o eu fortalecido, passa-se a ser ele mesmo o ponto de criação de seu futuro, e não mais sensível às variações externas, como as ventanias, tempestades, roubos de seus frutos…
Olhar para dentro, ou perceber a si mesmo em sua pureza é dar a si mesmo o todo o tempo necessário para se restaurar.
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