eu me deparei muitas vezes com esta pergunta, desde a infância.
quando você olha para si mesmo, para a história que criou até agora e para as mudanças que te acompanharam ao longo desta jornada, percebe claramente que algumas atitudes, modos de pensar, e mesmo o corpo mudou.
se somos mutantes ao longo da jornada da vida, então qual a unidade que persiste para continuar a chamar de “eu”?
eu costumava pensar que esse “eu” que percorreu mudanças desde a infância era a minha essência, como um ponto de referência ao qual eu buscava retornar ao perceber que algo estava fora de controle… eu pensava: “quero voltar à minha essência” e o meio para voltar a ela, a esse “centro” era ficar mais em silêncio, concentrada em mim mesma.
mais tarde aprendi que este “eu central” é a minha consciência original, minha natureza de pureza, que cada um de nós tem, mas em geral está ofuscada…
também aprendi que há muito valor na verdadeira introspecção e no silêncio, pois em geral isto não é valorizado e nem incentivado hoje em dia… se te veem muito tempo em silêncio logo pensam que alguma coisa não vai bem com você…
me lembro que nos dias em que estava me sentindo melhor, satisfeita, sem preocupações na mente, eram dias em que eu ficava mais introspectiva… e os mais próximos perguntavam “você está triste? não diz nada…” Havia dias em que eu estava mais extrovertida, mas por dentro os sentimentos não correspondiam, aquilo era só para (tentar) ser “normal”, para tentar forçar um estado de felicidade que não existia de verdade.
aprendi sobre meditação, sobre ter a coragem de olhar para “dentro” de mim mesma, de verificar a qualidade de meus pensamentos e sentimentos… ao olhar para este mundo interno eu verifico como me sinto de verdade e converso comigo: “vamos mudar?”… esta é a única forma de ser genuíno…
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