Tudo o que acontece na vida pode nos trazer uma lição, um aprendizado, basta estarmos dispostos o suficiente para aceitar.
A vida é geralmente associada a uma sucessão de ações desempenhadas por um indivíduo ao longo de sua existência. Nascer, crescer, brincar, trabalhar, conviver, etc. Nos encaixamos nesses moldes e, assim, delineamos um personagem, ao qual damos o nome de “eu”.
“Eu” sei disso, “eu” gosto daquilo, “eu” faço tal e tal coisa, “eu” tenho tanto… e por aí vai.
O delinear desse personagem vai criando um tipo de molde ao qual se quer sempre manter bem encaixado. Assim, o personagem procura agarrar-se às todas as qualificações que criou para si, ou que outros criaram para ele, para se manter naquele molde, quer seja o status, a aparência física, o estado de humor. Na externalidade da casca, com um reparo aqui e outro ali, o personagem se mantém, mas no interior… pode até ficar oco, vazio.
Quando por qualquer motivo a casca se rompe, por exemplo ao adquirir uma doença, perder o emprego, romper um relacionamento, ou mesmo ao ganhar em um sorteio, o estado interior se mostra… demonstrando como está naquele momento, sem máscaras. Pode haver abalos emocionais, então, medo, ansiedade, ciúmes… todos aqueles sentimentos que em geral não gostamos de dizer que sentimos.
Se temos coragem o suficiente nessas horas, é extremamente valioso deixar que a luz das situações adversas penetre mais fundo e nos permita ver com mais clareza o interior da “casca”, aquilo que ficou escondido por trás do trabalhoso molde que lapidamos por tanto tempo.
Assim veríamos aquele “eu” que realmente somos, e não o “eu” que queremos que os outros vejam.
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