Dando continuidade aos exercícios mentais propostos, vamos explorar mais o nosso potencial interior, aprofundando a visão do próprio eu.
No dia-a-dia, se não tivermos o hábito de parar por alguns instantes e nos verificarmos internamente, é bem provável que nossos pensamentos, palavras e ações se sucedam de tal modo e em tal velocidade que sentimos que não temos qualquer controle sobre eles, mas sim que estamos sob controle deles!
A prática nº 1, proposta anteriormente, ajuda a reduzir o fluxo mental, mas o ideal é que consigamos um método preventivo, por assim dizer, ou seja, que nos permita manter um estado mental com o mínimo de pensamentos e de forma constante. Será que isso é possível?
É sim!
Será necessário mudar a maneira como nos percebemos, ou seja, a consciência que temos de nós mesmos, da nossa própria existência e personalidade.
De modo geral, cada um se vê e se define de acordo com aspectos relacionados à esfera física e temporária da existência, por exemplo: características do corpo, nacionalidade, religião, profissão, habilidades, humor, situação econômica, etc.
Esse modo de se perceber refere-se a apenas um trecho e um instante de nossa existência, mas não ao potencial total dessa existência.
É fácil entender. Um exemplo: suponha que uma pessoa que costuma ser sempre calma e gentil, passa, em um único dia, por vários desafios novos que a desestabilizam. Ao final deste dia, essa pessoa, em uma reunião, fica o tempo todo “de cara fechada” e mal fala. Qual impressão aqueles que acabaram de conhecê-la terão dela? O mais provável é que a rotulem de antipática, ou algo do tipo.
O que viram na pessoa do exemplo foi só um pequeno trecho e instante de uma vida que é muito mais ampla, que tem muito mais história.
É como se cada um de nós também tivesse se acostumado a definir a si mesmo de acordo com apenas alguns instantes de “auto”convivência. Perdemos o conhecimento do próprio eu porque nos desconectamos de nossa origem… ela ficou lá para trás, distante.
O primeiro aspecto então, é reconhecer-se como um ser espiritual de potenciais positivos e elevados, com capacidade muito mais ampla do que a que se tem expressado ultimamente.
Sair da esfera do físico, do corpo, e aprofundar-se na dimensão espiritual e eterna do eu, da consciência, é um exercício de verdadeiro desprendimento dos limites mentais, e de reenergização espiritual.
Prática nº 2: Sou a alma consciente que dá vida ao corpo
Me desprendo dos pensamentos que levam minha atenção a várias direções, na medida em que me lembro que sou um ser consciente, na forma de um minúsculo ponto de energia…
Tomei este corpo como suporte para atuar no mundo físico e criar uma história. Estou localizado no centro da testa deste corpo, entre as sobrancelhas…
Sou originalmente pleno de paz interior… sou transbordante de amor espiritual… sou ilimitado na expressão de energia positiva…
Ao encontrar-me com minha natureza espiritual e pura, me sinto distante de pensamentos, preocupações… afasto-me da percepção de tempo e espaço… me permito ir além.
Eu, a alma pacífica, trago à mente apenas pensamentos elevados…
A energia do centro da testa espalha-se lentamente para cada parte de meu corpo, tornando-o sereno…
Passo a sentir-me o comandante do meu olhar, ouvir e falar… sou mestre dos meus sentidos físicos.
Sinto que a clareza mental me torna mais leve e despreocupado.
Aos poucos, retorno à percepção do espaço físico ao meu redor, dos sons, cores e formas, revigorado internamente.
Om Shanti (Sou um ser pacífico)
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