Nem sempre estamos completamente saudáveis. Dores e doenças que aparecem vêm nos dar indicações de que algo não está funcionando bem em nós, que há algum desequilíbrio.
Com base na crença de que tudo têm de acontecer rápido e de que temos de estar em crescimento produtivo, em alto rendimento e performance, acabamos deixando de lado o tempo natural das coisas, deixamos de respeitar os ciclos que envolvem nossa existência, que abrangem desde a vitalidade do nascimento ao crescimento, até o enfraquecimento e recolhimento que naturalmente caracterizam o envelhecimento.
Eu nunca fui de tomar remédios, pois os vejo como um tipo de droga estranha ao corpo e não-naturais. Aprendi a suportar alguns tipos de dores e apenas tomava medicação se chegasse a um extremo. Para mim, quando uma dor se manifesta é porque eu preciso parar ou reduzir algum esforço que estou fazendo e que não faz parte da minha natureza.
No entanto, por ter de me enquadrar em modelos de trabalho e rotina, passei a me medicar em algumas situações, pois de outro modo eu “perderia” horas e também a “confiança” de alguns. Percebi que isso me fez muito mal. Eu ignorei os sinais que o corpo me enviava com relação aos meus limites físicos.
O ser humano hoje está tão afastado do seu estado natural, que ingere substâncias desnecessárias e tóxicas a todo momento, e sente que são imprescindíveis, não conseguindo se imaginar sem elas, desde as menos agressivas, como café, açúcar refinado e sal, até as mais tóxicas, como tabaco e álcool.
Eu me incluo na afirmação acima, mas aos poucos estou reconhecendo o que não é saudável para meu organismo e mente e faço o empenho de reduzir ou eliminar.
Li algo sobre os ciclos femininos sob a ótica do Ayurveda, sabedoria milenar indiana referente à saúde do corpo e da mente. Sinto muitas dores e desconfortos no período de ápice do ciclo, a tal ponto que não consigo me concentrar em um trabalho ou mesmo em uma reunião. A partir de certo momento da minha vida passei a tomar remédios para aliviar essas dores… mas o que acontece é que estou abafando a dor, escondendo um sinal do corpo. Dentre o que li, me chamou a atenção que esse é um momento de purificação do corpo feminino, no qual tudo o que não foi utilizado é eliminado. É um momento que pede mais recolhimento e autocuidado. Tomar um chá e uma sopa quentinhos são alguns destes cuidados.
Deveríamos respeitar mais esses momentos e aproveitá-los da melhor forma, evitando exercícios físicos mais fortes, por exemplo, em vez de brigar com o que faz parte da natureza do corpo.
Essa está sendo a lição que estou aprendendo… não cair na armadilha de ser artificial, alguém aparentemente superpoderosa, que mascara os sinais naturais com toxinas. Preciso evitar certos alimentos e situações que favoreçam o estresse, pois esse é um período já de bastante transformação no corpo.
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