[escrito em meu antigo blog “Mariana e a Flor de Lótus”, em 8/06/2007]
Estava caminhando por uma avenida muito movimentada de São Paulo (a Berrini). Era o meu horário de almoçar.
Muitos carros… ônibus… fumaça: o ar irrespirável. Tentei prender a respiração até que o ônibus e sua fumaça passassem. Mas não consegui por muito tempo e aquele ar pesado, forte, ruim entrou mesmo assim.
Olhei os prédios em construção, a calçada quebrada… o cardume de “colegas de trabalho” indo pra lá e pra cá para atravessar as ruas. Um telão brilhante passava comerciais.
Uma arvorezinha aqui, cercada. Uma árvore maior ali. A grama aparada. Lixo no chão. O camelô de cd pirata (e dvd). O outro vendendo relógios.
Mulheres de calças justas e sapatos de salto – alto – e aquelas conversas intensamente entediantes. Homens de negócios – terno e gravata, além das pastas. Outros playboyzinhos. Conversando e rindo, provavelmente de suas grandes “aventuras”. Óculos escuros. Cobrindo do sol (que não estava lá), cobrindo do ar (será?) ou cobrindo do olhar, da verdade… anti-encarar.
E veio uma coisa: uma brisa, ou um furacão? Veio de mim, do meu coração? Quem vai saber…
A revelação: o mundo é o mesmo. Esse chão sobre o qual estou. Um dia pode ter havido uma árvore aqui, e ali e ali e ali e ali………………………….
Aquele pedaço de azul que eu não vejo… Um dia existiu, um dia pôde ter sido visto.
O telão, o ar, o posto de gasolina, o som dos carros e das conversas…
O mundo, o físico do mundo, o limite, os espaços nunca mudaram. Com certeza as pessoas precisaram realocar árvores, terras, animais (pra não dizer destruir), para apenas poder ocupar o espaço de uma maneira outra… a maneira que é a que se chama racional… ou de civilizada.
O mundo é sempre o mesmo nesse sentido. E o que muitos dizem, e sobre o que não se pára de falar nos últimos meses? Do futuro. Que mundo teremos?
Sim, eu posso utilizar o que o mundo me oferece, seus recursos, alimentos, prazeres e etc… Mas e depois? Conseqüências…
Não, não estou com medo do futuro. Não mesmo.
Só acho que as coisas poderiam ser mais agradáveis, tranqüilas… O mundo não precisa ir até seu limite de esgotamento. Não acho que tenhamos que testar de tudo. Não acho.
A verdade é muito mais simples, muito mais clara do que pensamos.
Falam em “fim do mundo”… o que é isso? Não entendo o fim do mundo. Entendo outra coisa: o fim de si mesmo… quais são os seus limites? Até onde você vai se deixar levar?
O que você aceita?
O mundo “físico” é um só.
Deixe um comentário