Quando penso em intuição me vem a ideia de uma sensação interna, uma “voz” interna que aponta um caminho, uma direção, que nem sempre o raciocínio lógico consegue indicar como o melhor, ou o correto.
Entendo a intuição como a “voz personalizada” e essencial de cada um. Ela apontará um caminho que para os que estão ao redor talvez não faça muito sentido. Isso porque essa personalidade é fruto de experiências já vividas, que deixaram registros na memória. Essa “voz” naturalmente reflete o quanto me sinto seguro e capaz de seguir por um determinado caminho e não por outro.
Outra característica da intuição é que ela pode surgir como um lampejo, uma clareza repentina na mente nos apontando uma direção, assim como o ponteiro de uma bússola, dizendo “é isso!”, sem nos levar a pensar muito.
No contexto diário, geralmente acelerado, é comum que entremos em redemoinhos de pensamentos questionadores sobre tudo o que acontece: “o quê?”, “por quê?”, nos deixando cansados e confusos. Essa teia de pensamentos bloqueia nossa capacidade de fazer distinções claras sobre os fatos, reduzindo nossa capacidade para tomar decisões precisas.
Vamos olhar agora para aqueles momentos em que nos distanciamos das pressões diárias: ao descansarmos, ao viajarmos ou quando nos dedicamos a alguma atividade de lazer. Nossa mente se torna mais leve naturalmente e experimentamos prazer, bem-estar. A “voz interna” se manifesta sem muita dificuldade e até a nossa memória alcança melhor desempenho, concorda?
Isso porque deixamos, por algum espaço de tempo, de nos ocupar com as tarefas rotineiras, as pressões e os relacionamentos que associávamos a problemas e dificuldades, e passamos a nos ocupar com outras atividades, que nos exigem menos atenção quanto a resultados e também menos responsabilidades.
O que fizemos foi oferecer diferentes “nutrientes” para a nossa mente e, assim, ela se ocupou daquilo, deixando outros assuntos de lado.
De modo semelhante funciona a prática de meditação, que nos possibilita “abrir espaço” no campo mental. Intencionalmente vamos nos desapegando dos pensamentos referentes a preocupações, desejos e questionamentos sem fim, e conseguimos ouvir mais a voz tranquila, verdadeira e amorosa que havia ficado soterrada abaixo daqueles pensamentos.
É importante não confundir a voz da intuição com as emoções do momento, pois estas em geral nos levam a um caminho tortuoso.
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