“o que estou fazendo aqui?”

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Por trás de cada situação há algo que se pode perceber e uma lição que se pode tomar.

Me lembro de ter participado de um grupo de serviço voluntário no qual inicialmente eu não tinha total clareza do motivo de estar participando dele, já que eu não tinha a experiência e o embasamento teórico que julgava serem necessários àquela atuação.

Era como se eu simplesmente tivesse sido levada pelas circunstâncias até ali e, então, tivesse permanecido já que os outros integrantes me sinalizavam que era bom que eu estivesse ali.

Eu me encorajei a pensar que seria bom para adquirir mais experiência com o passar do tempo até que me sentisse segura para atuar com mais autonomia na “linha de frente”.

Porém fui notando que havia muita diferença de opiniões no pequeno grupo e que aquilo cada vez mais ameaçava a continuidade do serviço.

Em vários momentos de encontros e reuniões me via em silêncio diante das conversas, apenas observando aquelas divergências e ficou muito claro para mim que se eu quisesse também dar uma opinião (a “minha” opinião), ou se tomasse partido apenas de um lado, tudo terminaria de vez.

Me perguntei qual seria o melhor papel a desempenhar ali, e me veio a realização de que eu apenas estava ali para equilibrar ou apaziguar cada “lado”, ajudando que cada um percebesse o que havia de positivo e complementar no outro toda vez que fizesse algum comentário ou crítica. Isso aconteceu durante uma ou outra conversa e eu procurava tomar o cuidado de não concordar apenas com um “lado”. Nem sempre foi fácil me separar da minha própria visão e opinião a respeito dos fatos, mas procurei fazer esse exercício de ser neutra.

O que essa experiência me trouxe de aprendizado é que nem sempre recebemos um papel de atuação óbvio. Ele vem escondido por detrás de um cargo, de um “nome”… e, se quisermos mesmo adquirir sabedoria das situações da vida, será necessário dar tempo ao tempo dentro de nossa consciência para abrir o “olho da alma” e conseguir captar o que o momento nos pede para sermos.

Pode demorar um pouco para reconhecermos nossa missão, nossos porquês, mas quando realizamos isso há indescritível paz interior e contentamento.

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