
Em nossas memórias guardamos as imagens dos ideiais de perfeição sobre diversos aspectos, sejam referentes a nós mesmos, ou ao que idealizamos sobre a personalidade dos outros, ou ainda relacionados nas quais situações esperamos nos encontrar.
Essas imagens projetadas na mente criam uma camada, como uma lente, que ofusca a verdade do que está diante de nós. Num primeiro relance o que vemos é o que imaginamos, o que construimos internamente. E essa imagem imaginada cria a expectativa de que aquilo nos tornará felizes e de que será a solução para alguns problemas.
Quando a expectativa se dá em relação às pessoas, mais cedo ou mais tarde haverá pressão por uma das partes e sufocamento por parte da outra. Haverá cobranças e também angústias; e frustração para ambas.
Expectativa vem de um estado interior que criou uma lacuna de autorrespeito. Por haver vazio, queremos nos completar a partir do que achamos que o outro tem. Idealizamos e enaltecemos aquele a quem julgamos ter aquilo que não conseguimos acessar em nós mesmos, por acharmos que não temos.
Laços de apego e dependência emocional são criados formando uma teia, uma armadilha. Quanto mais nos relacionamos com essa postura, mais presos ficamos.
Ao nos compararmos com outros, ao competirmos e tentarmos nos “elevar” na aparência, na externalidade, deixamos de lado as verdadeiras fontes de aquisições: o eu original, o conhecimento espiritual, Deus.
As metas para alcançarmos melhores posições (status) e visibilidade dependem de uma conjunção de fatores, e não somente do meu esforço. Porém, as metas que colocamos em relação ao autoprogresso e fortalecimento de caráter, essas sim são mais tangíveis e dependem apenas de nós. As metas para a melhoria, ou purificação, de nosso caráter, começam a ser atingidas e experimentadas tão logo coloquemos nossas virtudes e poderes em prática.
O caráter que se alcança com a prática da espiritualidade transforma o ser de tal modo que tudo ao seu redor também é influenciado por tal energia; tudo recebe a “coloração” daquela entidade que está viva, vibrando em determinada frequência.
Assim, a meta de autotransformação vai sendo alcançada conforme se dá atenção ao interior, à própria luz e equilíbrio.
Esse estágio iluminado nos mantém além de desejos e do engano das expectativas. Fica nítido o que é real e o que é ilusão criada em minha própria mente pois quando a luz da consciência se acende, tudo fica claro e perceptível.
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