no ponto

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[texto escrito há aproximadamente 5 anos]

ponto

caminhei bem tranquila (apesar do frio) por algumas ruas,
até chegar ao ponto de ônibus.

super-ultra-mega-hiper lotado!

uma quantidade de pessoas 4 ou 5 vezes maior do que a área coberta

impacientes, olhando apenas para um lado
o lado de onde aparecem os ônibus.

eu olhei pra cima
e vi a Lua… semi-Cheia, ou semi-Nova.

passaram os busões lotados…
e lotavam ainda mais

muitos haviam esperado por um longo período… meia-hora, uma hora.

passaram os “meus”.
eu os deixei passar.
porque, afinal, não estava com pressa.

parei
encolhida em mim
pra me esquentar

olhei pro chão
meus pés

outros pés

o chão.
chicletes pisoteados no chão.
fazem parte do chão.
…………………………………………………………………….
pessoas…

um monte de gente
que nunca vi antes na minha vida.

todas ao meu lado
ninguém se fala,
ao menos não é comum…

o que elas pensam?
elas sabem como eu penso?

umas olham as outras de “rabo-de-olho”
devem ter inúmeros pensamentos rápidos e sem-sentido

devem muitas vezes odiar alguém que está bem ao seu lado, por motivo nenhum
devem, também, se apaixonar por outras num piscar de olhos.

[eu sei, porque acontece comigo]

quanta coisa acontece em alguns minutos parada…

quantas coisas acontecem na mente de cada um, sem ao menos nada acontecer externamente?
…………………………………………………………………….
o tempo
que cada um diz que não tem

o tempo é um só pra todo mundo.

o tempo…

não se deveria reclamar da falta de uma coisa
uma coisa que cada um pode criar, administrar.

pensamentos comuns,
que preenchem a nossa mente,
a todo instante, sem parar

sem parar…

eles são o nosso tempo.

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