um fone de ouvido
música calma
como canção de ninar a alma
e sigo o trajeto na cidade
para um dia de trabalho
nada é igual
vêm sentimentos de dias
de infância
no qual eu era somente cuidada
e estava tudo bem
novamente me senti
como em um berço
como em um colo sem fim…
e imersa naquele sentimento
acolhida
era fácil irradiar sem limites
o sentimento de amor
percebi como a uma grande onda
que permeia todo o espaço
e me acompanhando
por onde quer que eu passava
levando
ondas de amor
por toda a cidade
e vendo seus rostos
nas ruas
no ônibus
alguns olhares paralisados
outros bem sérios
me brotavam mais e mais sentimentos de amor
eu passei por um cemitério
mas sem percebê-lo como um cemitério
ao cruzar com um grupo na porta
é que me veio o pensamento
que talvez para alguns deles
a morte de alguém trouxesse um tipo ou outro de sofrimento
e naturalmente surgiu uma onda de alento…
nesse estado
de estar, e não estar
a vida parecia um filme
e eu somente assistindo
cenários, personagens, histórias simultâneas
gravadas e acontecendo.
me senti grata
por quem me doou aquela experiência tão verdadeira
e linda
num dia que parecia ser
somente um dia comum…
nenhum dia é comum.
há presentes em toda a parte
aguardando serem vistos
e abertos
quando nosso olhar está claro
atento
somos capaz de percebê-los.
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