É muito comum usarmos a palavra amor para nos referir à afeição especial que sentimos por alguém ou por algo.
No entanto, esse direcionamento limitado, que favorece a um e não a outro ao levar em consideração determinadas características e comportamentos e, que além disso – seja em um nível sutil ou bastante explícito –, aguarda por reciprocidade, está distante de uma consciência espiritual.
Esse tipo de amor limitado na verdade é fruto de uma distorção da consciência, que pouco a pouco se condicionou aos aspectos superficiais da vida. Esse tipo de amor, limitado, recebe outro nome: apego.
Apego
O apego poderia ser definido como quando sentimos que nossa conexão com alguém ou com algo é tão importante ou necessária que, caso haja rompimento ou perda, ficaríamos “sem chão”, incompletos, “sem rumo”. E de fato isso acontece ao longo da vida, não é?

Com o conhecimento Raja Yoga, compreendemos que cada alma é única e veio para este mundo completa em sua individualidade, e voltará também completa em sua individualidade. Sendo assim, cada alma é sempre uma energia consciente e viva, independente de quantas conexões tenha experimentado durante sua jornada física.
É na jornada física que a alma experimenta “amar” e “ser amada” e é também aqui que experimenta o “ter” e o “perder”. Se a alma é completa, como pode possuir algo? O que dizer então com relação a perder algo que não se pode possuir?
Essas experiências são fruto da consciência física, ou como mencionei acima, superficial. A partir da maneira como me percebo, se for superficialmente, também passarei a ver os outros e o mundo. Daí a ilusão de “ter” e de “perder”. E, então, vem o medo, o apego e o sofrimento.
Amor
O amor que vem “de dentro” não depende de possuir algo ou da companhia de alguém, nem de receber a atenção ou a aprovação de alguém. Ele manifesta-se com naturalidade à medida em que fortalecemos a consciência de sermos seres eternos – almas – desempenhando papéis temporários no mundo físico, através do corpo no qual estamos.
O estudo do conhecimento Raja Yoga e a prática de constantemente lembrar-se de quem se é de verdade são algumas das bases para reforçar a consciência espiritual.
Amor por si
Respeitar àquilo que o torna elevado. Reservar tempo para praticar meditação e estudar o conhecimento espiritual, por exemplo, são maneiras de praticar o amor por si mesmo (pelo eu verdadeiro).
Amar a si mesmo também significa proteger-se de influências negativas, especialmente ao fortalecer o intelecto. É dar a chance a si mesmo de seguir por um caminho de cuidado com a própria mente e com os próprios sentimentos.
Fonte de amor puro
Nossa maior fonte de amor é Deus. Sentir-se amado por Deus é o maior presente que podemos nos dar. Um amor tão puro como o Dele certamente nos dá autoconfiança no sentido de deixar hábitos prejudiciais para trás e de nos empenhar para um processo de autotransformação.
É o exemplo de um amor desapegado, no qual me sinto acolhido e, ao mesmo tempo, inspirado e fortalecido para seguir em frente com autonomia para escolhas da vida, pois Ele atua numa forma combinada de Pai, Mãe e Professor.
O amor puro nos fortalece sem que nos tornemos dependentes.
O amor puro nos energiza e nos motiva a resgatar nosso próprio poder interior de superar obstáculos, que até então estava adormecido.
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